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EM DEFESA DE CARLOS LUPI: O TRABALHADOR SOB ATAQUE 

A recente polêmica envolvendo supostos desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem colocado o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, no centro de uma narrativa que, sob o pretexto de apurar responsabilidades, parece orquestrada para deslegitimar não apenas sua gestão, mas o próprio legado do trabalhismo brasileiro.

03/05/2025 às 10h44
Por: Redação Fonte: JORNAL NOSSA FOLHA
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EM DEFESA DE CARLOS LUPI: O TRABALHADOR SOB ATAQUE 

A Rede Globo, em especial, tem direcionado suas críticas de maneira incisiva contra Lupi, tentando atribuir-lhe responsabilidade direta pelas irregularidades. Contudo, ao cotejar os fatos atuais com o histórico de ataques sistemáticos da emissora ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) e a seu líder maior, Leonel Brizola, revela-se um padrão de animosidade que transcende o episódio do INSS e aponta para um ressentimento histórico contra o trabalhismo e sua ousadia em desafiar o monopólio midiático no Brasil.

 

O Contexto Atual: A Polêmica do INSS e a Narrativa da Globo

 

A Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, que teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões. As investigações apontam para fraudes praticadas por entidades sindicais, algumas ligadas à Força Sindical, que têm conexão histórica com o PDT. A Globo, por meio de reportagens no Jornal Nacional e outros veículos, sugeriu que Lupi foi alertado sobre as irregularidades em junho de 2023, mas teria demorado a agir, insinuando omissão ou negligência.

 

Entretanto, Lupi tem refutado essas acusações com veemência. Em audiência na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, ele afirmou que agiu tempestivamente ao tomar conhecimento das denúncias, determinando auditorias e afastando o diretor de Benefícios do INSS, André Félix Fidélis, por lentidão nas apurações. O ministro destacou que as fraudes, iniciadas em 2016, são históricas e complexas, envolvendo quadrilhas organizadas que exploram a relação entre aposentados e associações. Ele também questionou a necessidade de o INSS atuar como intermediário nessas relações, propondo que os trabalhadores negociem diretamente com as entidades, o que reduziria a exposição da autarquia a tais esquemas.

 

Além disso, Lupi enfatizou que não houve desvio de recursos públicos, mas sim falsificações em repasses para entidades, e que as investigações partiram de uma auditoria interna iniciada pelo próprio governo. A operação da PF e da CGU, longe de expor omissão, demonstra a colaboração do Ministério da Previdência na apuração dos fatos. Lupi reforçou seu compromisso com a transparência, declarando: “Quem fez errado, que a polícia aprove e que vá para a cadeia.”

 

Apesar dessas explicações, a Globo tem insistido em uma narrativa que coloca Lupi como principal responsável, ignorando o contexto mais amplo das fraudes e as medidas tomadas. Essa abordagem não é nova e reflete um histórico de embates entre a emissora e o trabalhismo, personificado em figuras como Leonel Brizola e, agora, Carlos Lupi.

 

O Histórico de Ataques da Globo ao Trabalhismo e a Brizola

 

O PDT e o trabalhismo sempre foram alvos de críticas contundentes da Rede Globo, especialmente por sua postura nacionalista e combativa contra o poder econômico e midiático. Leonel Brizola, fundador do PDT e ícone do trabalhismo, foi o principal protagonista desse confronto. Sua ousadia em desafiar o monopólio da Globo, especialmente durante seus governos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, marcou um capítulo singular na história política brasileira.

 

Brizola foi o único político a conseguir, por meio de sua influência e ação política, forçar a Globo a demitir um de seus principais jornalistas, Cid Moreira, âncora do Jornal Nacional, em um episódio que simbolizou a resistência ao poderio da emissora. Esse feito ocorreu em um contexto de embates diretos, nos quais Brizola acusava a Globo de manipular a opinião pública e servir aos interesses das elites econômicas, em detrimento do povo brasileiro. Sua postura firme, aliada a políticas como a criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) e a defesa da soberania nacional, colocou-o na mira da emissora, que frequentemente o retratava como populista ou retrógrado.

 

A animosidade da Globo contra Brizola se estendeu ao PDT e ao trabalhismo como um todo. Um exemplo claro é o editorial publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 2023, mas que ecoa o tom adotado pela Globo em diversas ocasiões. O texto atacou Brizola, Lupi e o trabalhismo, chamando o brizolismo de “seita retrógrada” e desqualificando suas conquistas históricas, como a criação da CLT, da Petrobras e dos CIEPs. A Juventude do PDT respondeu, apontando que esses ataques não se devem aos erros do trabalhismo, mas a seus acertos em defesa do povo brasileiro contra os interesses das elites.

 

Outro episódio revelador ocorreu durante a gestão de Lupi no Ministério do Trabalho (2007-2011), quando denúncias de irregularidades em convênios com ONGs levaram à sua saída do cargo. Na época, a Globo e outros veículos amplificaram as acusações, muitas das quais não resultaram em processos formais contra Lupi, sugerindo uma campanha para desgastá-lo. O PDT denunciou que a emissora, aliada a setores conservadores, não aceitava que um ex-jornaleiro, discípulo de Brizola, ocupasse um cargo de tamanha relevância.

 

A Continuidade do Ressentimento: Lupi como Alvo

 

Carlos Lupi, que assumiu a presidência do PDT após a morte de Brizola em 2004, herdou não apenas o legado trabalhista, mas também a inimizade de setores da mídia, especialmente da Globo. Sua trajetória, marcada por 42 anos de fidelidade ao PDT e por uma carreira que começou como jornaleiro, reflete os valores de humildade e combatividade que Brizola defendia. Contudo, esses mesmos valores parecem incomodar aqueles que veem no trabalhismo uma ameaça à hegemonia do poder econômico e midiático.

 

Os ataques atuais da Globo a Lupi seguem o mesmo roteiro utilizado contra Brizola: amplificação de denúncias, construção de narrativas que sugerem omissão ou corrupção, e descontextualização dos fatos para deslegitimar o alvo. A insinuação de que Lupi foi negligente no caso do INSS ignora que as fraudes são estruturais, remontam a governos anteriores e exigem investigações complexas, que ele próprio ajudou a iniciar. Além disso, a tentativa de vinculá-lo diretamente às irregularidades, sem provas concretas, ecoa as táticas usadas contra Brizola, que era acusado de radicalismo sempre que defendia políticas populares.

 

A pressão da Globo para que Lupi peça demissão, conforme sugerido em postagens no X, também revela uma estratégia de isolar o ministro e enfraquecer o PDT no governo Lula. Tal movimento não apenas desestabiliza a base aliada, mas reforça a narrativa de que o trabalhismo é incompatível com a governabilidade, uma ideia que a emissora historicamente endossou ao criticar figuras como Getúlio Vargas, João Goulart e Brizola.

 

Em Defesa de Lupi: O Trabalhismo Resiste

 

Carlos Lupi não é apenas um ministro; ele é um símbolo do trabalhismo brasileiro, uma corrente política que, desde Vargas, colocou o trabalhador e a soberania nacional no centro de suas bandeiras. Sua gestão no Ministério da Previdência tem sido marcada por esforços para reduzir as filas do INSS, que caíram de 110 dias de espera em média para 38 dias, e para implementar inovações como a telemedicina, que agiliza atendimentos. Essas conquistas, embora significativas, são ofuscadas pela campanha midiática que busca retratá-lo como ineficiente ou conivente com fraudes.

 

Defender Lupi é defender o legado de Brizola e do trabalhismo, que sempre enfrentaram a resistência das elites e da mídia monopolista. Como afirmou o próprio Lupi, “quem tem a verdade como instrumento de vida, não teme nada.” Sua trajetória de 42 anos no PDT, sem jamais mudar de partido, e sua origem humilde como jornaleiro são testemunhos de sua lealdade aos ideais trabalhistas e de sua resiliência frente aos ataques.

 

A Globo, ao mirar Lupi, não ataca apenas um homem, mas uma ideia: a de que o Brasil pode ser governado para o povo, e não para os interesses de poucos. Brizola, com sua coragem, mostrou que é possível enfrentar o monopólio midiático e vencer. Lupi, seu discípulo, segue esse exemplo, resistindo às pressões e trabalhando para proteger os direitos dos aposentados e pensionistas. A história do trabalhismo é a história de luta contra a injustiça e a manipulação. Hoje, mais do que nunca, é preciso estar ao lado de Carlos Lupi, porque defender o trabalhismo é defender o Brasil.

 

Por. Julio rocha

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